Como o jovem é acolhido pela Pedagogia Waldorf em seu processo de transformação –

O ensino fundamental II 🤗

Uma profunda transformação acontece ao redor do décimo segundo ano de vida, sem que ainda adolescentes e jovens tenham capacidade de dirigi-las com rédeas firmes.

Esse processo que abrange a verdade e a puberdade, é um momento de profundas transformações e conquistas, mas também de muitas turbulências, tão conhecidas por famílias, educadores e professores de adolescentes e jovens.

Enquanto as forças do sentir e da vontade se fortalecem, paralelamente, se dá o processo de amadurecimento físico, fazendo com que adolescentes e jovens sejam completamente dominados por elas. Parece que os princípios de ordem exercitados durante anos, tornam-se repentinamente perdidos.

 

 

A vida emocional dos estudantes do Ensino Fundamental II, parece carecer frequentemente de um controle que eles não dão conta de ter, portanto, contam em seu íntimo, com a ajuda da família e de educadores adultos que possam apoiá-los.

Nossa tarefa enquanto escola deve ser de tratar com calma, isenção de julgamento, compreensão da situação de mudanças próprias da idade e, principalmente com bom humor. Nossos estudantes dessa fase, que buscam em nós orientação e ajuda para sua vida emocional evolutiva desordenada, sentem profunda desilusão quando os adultos se colocam no mesmo nível, respondendo com emoções também descontroladas.

 

 

Do ponto de vista fisiológico, os jovens se integram cada vez mais em seu esqueleto, antes atuando com uma graça natural a partir do sistema dos seus músculos, impulsionado pelo ritmo da circulação sanguínea. Agora, o que vemos é que os jovens passam a ser dominados cada vez mais intensamente pelo peso do seu esqueleto totalmente sujeito às leis da gravidade. Seus movimentos muitas vezes ficam desgovernados, desajustados, embora bem vigorosos. De certa forma, é como se estudantes do Ensino Fundamental II passassem por dentro de si mesmos e com isto conquistassem uma nova relação com o mundo.

Surgem ao mesmo tempo, dificuldades em lidar com o próprio corpo e novas capacidades anímicas com as quais buscam compreender o mundo. Só as forças intelectuais o capacitam para fazê-lo, sobre o aspecto da causalidade; com isso, surge um profundo anseio pela compreensão da causalidade como o princípio ordenador e esclarecedor do universo.

Todas essas características do momento biográfico dos adolescentes e jovens do Ensino Fundamental II, nos apoiam no desenvolvimento do currículo vivo e das escolhas de disciplinas, planos de curso, projetos e planos de aula.

Temos como tarefa ajudar a desenvolver nesses estudantes o pensar causal e o entendimento do mundo através do raciocínio próprio, já que nessa fase, a capacidade de ponderar e julgar começa a mostrar-se disponível.

 

 

Nosso cuidado deve estar na adequação daquilo que propomos, para que possibilite que crianças e adolescentes exercitem essa capacidade no tempo adequado pois, julgando cedo demais, podem ficar sujeitos – de acordo com Rudolf Steiner – a situações patológicas; fazendo-o tarde demais, correm o risco de serem incapazes de julgar a realidade, ficando sujeitos de forma indefesa a toda espécie de influências exteriores.

Nossa tarefa enquanto educadores, através da autoridade amada, construída a partir de um vívido interesse pelo mundo e de um profundo respeito pelo ser humano, é ajudar a preparar as forças intelectuais nascentes nesse período e conduzir adolescentes e jovens à autonomia de julgamento. Isso sempre aliado à vida cotidiana, pois a educação deve servir à vida.

Logo, as aulas se dão com vivências concretas, procurando ligar-se a todos os fenômenos da vida real, com a experiência dos próprios estudantes, para que vejam sentido em tudo o que estudam.

Aqui, ainda, o ensino em épocas e o contar com o sono e com o que o despertar traz para aprendizagem, são válidos e cada vez mais, aprimorados na estruturação das aulas.

 

 

A ampliação do currículo com a chegada da física, geologia, mineralogia, cálculo, álgebra e geometria com instrumentos no 6º ano, além da chegada da química no 7º ano, juntamente como as disciplinas que seguem desde o Ensino Fundamental I, dão apoio aos passos de desenvolvimento para dentro da fase da juventude.

Por fim, as viagens pedagógicas servem aos benefícios de cada matéria e suas especificidades, além de representarem desafios diversos, que trazem possibilidades de maior desenvolvimento no âmbito da autonomia e do fortalecimento de vínculos afetivos entre a classe.